matéria.

é como se você ainda estivesse aqui. mais do que esteve de verdade nos últimos tempos. é como se eu ainda sentisse sua respiração provocando a minha pele, sua voz susurrando coisas sem sentido, suas mãos provocando meus instintos mais íntimos.

você deu todos os sinais de que se foi. tudo parece gritar tentando me convencer disto. mas você, você continua aqui. no meu peito. na minha cabeça. na minha cama.

eu sei que você se foi. sei do seu adeus. e sei que não poderia ter sido diferente.
mas sinto como se não tivesse ido. ainda ouço sua voz me dizendo o que fazer. ainda sinto suas mãos me guiando e me mostrando o que fazer, as mesmas que me tocaram de um jeito que nenhum jamais saberá tocar. ainda sinto o cheiro forte do seu perfume e do suor que me excitam tanto… ah, você nem imagina o que seu cheiro era capaz de despertar em mim.

é como se o tempo tivesse parado, e você ainda estivesse aqui. como no início. como quando você me tomava em seus braços em qualquer lugar, a qualquer hora. passou tão rápido, foi tão bom, tão inexplicado. interrompido, e talvez por isso, pareça inacabado. acreditava que saberia quando tudo realmente terminasse. mas não. eu não sei dizer. o fim deveria parecer óbvio, não é!? mas não para mim. não posso ter certeza. não posso, porque você ainda é quase palpável por aqui.

meu corpo rebelde, inconformado, me atormenta dia e noite implorando pelo seu. não sei o que dizer a ele. não sei como explicar que você não voltará. não sei como controlar tanto desejo, tanta saudade. o coração parece tranquilo, já acostumado com tanto descaso. preparou-se para isso, e nem reclama sua ausência. mas meu corpo não. ele se importa. porque a ele você deu toda a atenção. isto é saudade física. não saudade de você. é saudade do seu sexo.